terça-feira, 19 de novembro de 2013

A castanha - Ana Sofia M.

Estava eu muito sossegada no meu castanheiro quando vi uns homens aproximarem-se com uns cestos … para nos apanhar.
Era a hora de deixar os meus familiares, porque reconheci os donos do castanheiro que me viu nasce. Despedi-me dos meus irmãos, com uma lágrima no canto do olho, e fui colocada num cesto, separada de todos os que conhecia.
O cesto foi colocado num camião, junto de outros. Depois de andarmos muito tempo, chegámos a um armazém de distribuição. Aí eu poderia ser enviada para venda num hipermercado ou vendida para fazer compotas. Que triste o meu fim! Acabaria triturada ou assada num forno!
Como tinha um calibre bastante bom, fui enviada para venda e comprada por uma senhora com um ar contente. Chegada a casa estava prestes a ser cortada e colocada num tabuleiro quando a menina me salvou dizendo que precisava de uma castanha para decorar.
Fui coberta com um verniz incolor, desenharam-me dois olhos, um nariz e uma boca e embrulharam-me em papel de seda.
No dia seguinte, entrei numa sala de aula pela primeira vez e a professora elogiou muito a minha decoração.

Mantive-me sempre bela e ainda hoje mostra aos seus netos, lembrando aquele trabalho dos seus tempos de aluna.

Sem comentários:

Enviar um comentário